Quando virás, dia do meu sossego,
Domingo sem as mágoas da semana?
No calendário não, porque me engana
Sempre que lhe confio
Os secretos desejos
Do coração;
Mas na tenção do tempo,
Quando virás,
Hora feliz do grande esquecimento?
Morro, se for preciso...
De tal modo me rói o sofrimento,
Que te compro por tudo, paraíso!
Miguel Torga
Coimbra, 12 de Outubro de 1950.
Diário V
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