sexta-feira, 7 de outubro de 2016

MEIO AMARGO


Vivo a ver navios . . . não vejo novelas
Cansei daquelas velhas novidades
que fingem luz do Sol á luz de velas
sobre a superfície das profundidades. . .
Nessa solidão cercada de cidades
que furtam toda a cor das aquarelas
os meus arcos-íris são atrocidades
ferindo o céu das tardes amarelas
que amareladas . . . morrem de saudades
dos tempos em que as vidas eram belas
de quando não doíam as verdades
e nem haviam grades nas janelas. . .
Também tenho saudades, como elas
mas, anoiteço antes dessas tardes
e a ver navios, encho-me de estrelas
que caem do céu . . . cheirando a tempestades.



PAULO MIRANDA BARRETO

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