(e as muitas belezas femininas)
(...)
o nosso tempo é um misto de espanto e inércia, idiotice e
fantasia, coisificação e anulação completa.
E, no meio dessa espessa e sufocante nuvem de fogos de
artifício, encontramos a carne suave e a feminilidade daquela mulher, feita de
variadas pedras, variados elementos e multifacetada música corporal.
Nela percebemos a terra, a água, o ar e o fogo, organizados
de forma plena sob a unção feminina, “lugar” em que os elementos se organizam,
completam-se e fazem sentido. A feminilidade dessa mulher é mesmo um lugar,
germinação de algo que vem de dentro, de uma natureza interior, que vai
brotando pelos seus poros e tecidos suavemente dispostos em sua tessitura
epitelial.
Não, ela não é apenas o corpo em si, mas a harmonia entre o
corpo e a alma. Não é inteligência residual, emocional ou artificial, mas
substancial.
(...)
Pietro Nardella-Dellova. A MORTE DO POETA NOS PENHASCOS E
OUTROS MONÓLOGOS. Ed. Scortecci, 2009, pág 264-265. (Livraria Cultura)
Um comentário:
Grazie pelo post VALIGIA D'IMMAGINAZIONE
Abbracci
Pietro Nasrdella Dellova
OBS.: Parabéns pelo BLOG, muito interessante e necessário. Continue.
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