Luiz Felipe Leprevost
os caras chegaram pra me cobrar. eu não tinha a grana. então
pague com serviço, disse um deles. que tipo de serviço, eu quis saber. apague o
Ramón pra gente. e se eu não fizer?, provoquei. aí quem vira presunto é você,
apontou a arma pra mim. ok, eu faço, me resignei e completei, só tem um
problema. qual?, quis saber o Feioso. eu não tenho uma arma, respondi. Púlia,
dá uma arma pro rapaz. Aí o Púlia me deu a arma. está carregada?, perguntei.
claro que está carregada. então dei dois tiros. um no pescoço do Púlia, e outro
na fuça do Feioso.
*este texto foi publicado pela primeira vez no meu livro de
contos Inverno dentro dos tímpanos, pela Kafka edições, do maninho Paulo
Sandrini.
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