O copo se desprende
ao chão estilhaços de uma vida mal contada
late o cão faminto na porta
como se dissesse: "Não se atrase"
olho o relógio e a madrugada impera
vultos inertes sobre o coração cinza
não abraçam o velho pó de si mesmos
saio e o cão me segue
falo para ele como podemos nos divertir
ele conhece os becos de nada adiante
o berço na calçada ensinou-o bem
a última garrafa de boca aberta vai
todos os pugueiros fechados com vício dentro
perguntei sobre as vadias de família
o cão me olhou e eu soubesse a resposta
tudo fechado e até eu mesmo
"Por tempo demais" o cão disse
eu não estava me importando
era mais daquele clichê escroto
estava cansado de todo
ficava imaginando meu amor feliz agora
o cão latiu
Redson Vitorino
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