De Lindolf Bell.
Não é a palavra fácil
que procuro
Nem a difícil sentença,
aquela da morte
a da fértil e definitiva solitude.
A que antecede este caminho sempre de repente
Onde me esgueiro, me soletro,
em fantasias de pássaro, homem, serpente.
Procuro a palavra fóssil
A palavra antes da palavra.
Procuro a palavra palavra
Esta que me antecede
e se antecede na aurora
e na origem do homem.
Procuro desenhos
dentro da palavra
Sonoros desenhos, tácteis,
cheiros, desencantos e sombras
Esquecidos traços. Laços.
Escritos, encantos, reescritos
Na área dos atritos,
Dos detritos
Em ritos ardidos da carne
e ritmos de verbo.
Em becos metafísicos sem saída.
Sinais, vendavais, silêncios
Na palavra enigmam restos, rastos de animais
minerais da insensatez
(...)
Mas o que se revela arcaico, pungente
eterno e para sempre vivo,
vem do buril do coração.
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