Deu-me a poesia o dom
de em palavras transmutar-me
Ser asa casa amor magia
Ao dizer Asa
subir-me cem alturas
Ao dizer Casa
esparramar-me, telúrico
Quando Amor ser-me eu
o outro
Magia, o mundo se ergueria
além do chão e das asas
Assim o mundo crio
O nome. A coisa nomeada.
E quando luz
sou muito mais do que qualquer saber
sou mais além
mais do que todos os meus olhos
podem ver
Deu-me Deus o dom de amar
e de escrever o vivido
E o dom maior me-deus:
o de viver o escrevído.
Hamilton Faria
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