O céu olha pro chão
É como se a estrela mais antiga
me olhasse intensa lá do alto
e nesse mesmo espaço, a vida
fitasse seus olhares no asfalto
o que pro céu talvez seja guarida
para mim talvez um cadafalso
e as coisas que eu via no cinema
me acenam suas cores da montanha
enquanto rezas recitadas em novenas
me envolvem em suas teias de aranha
o que pro céu resolve um teorema
para mim as chaves são estranhas
A origem do universo me fascina
E arte, criação que me alimenta
A beleza que atrai minha retina
Não se explica, se entende nem comenta
o que pro céu talvez seja uma sina
Para mim talvez o que se inventa
E assim eu sou feito de metade
Parte céu que me olha do infinito
Parte “chão” que sou eu, humanidade
Coração entre o mal e o bendito
O que pro céu talvez seja vaidade
Para mim talvez o mais bonito
Alessandro Jucá
Nenhum comentário:
Postar um comentário