quinta-feira, 23 de julho de 2009

Uma Criança

Ele dorme o sono dos ladrilhos, cimentos, petis paves;

recosta a cabeça no tredo chão

respira ratos de shoppings centers

cagadas de lan-houses, lojas,games,grifes

e etecetras modernosas;

tem o carinho das lesmas e dos cuspes

recosta sua cabeça nas pegadas do fórceps cidadão

e aspira a apnéia do abandono.


Ele tem o sono do chão e dorme

sonha as vitrines da pústula bancária

e seu acordar é um banquete sem pesos nem medidas

rarefeito no self-service dos mensurados

lacaios de deus, jesus, maomé, lula, bill gates etc etc.

Contudo,

ele sonha !

com a moeda, com o tênis, o cobertor, o crack, a cola e

com o pai e a puta que lhe pariu!


Ele como eu tem a pele do concreto

e contraiu a lepra da boa vontadade;

toda escrotice desfila,

ululante poça vomitada do novo mundo.


Ele dorme e minha mão não o afaga...

(talvez é digno)

o lúcifer da esperança o consola

por entre as pocilgas estouvadas

seu acordar é fenda lôbrega dos high-tecs.


Sim,

ele dorme

na masmorra do futuro

reboco da própria espécie!


- Bom sono amiguinho,

Pequeno Príncipe da sordícia

Tullio Stefano

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