Ó Ego:
- Por que tu me Falas,
Quando meus Ouvidos não te Ouvem?
Falo, porque tu pensas não ouvir,
Mas..., a informação te chega.
Ó Consciência:
- Por que te manténs Amorfa,
Quando a Inconsciência te Informa?
Não, eu não me mantenho disforme,
Apenas aberta em constante mutação.
Ó par de Olhos:
- Por que não Enxergas,
O que a Mente te Mostra?
Enxergo o que à minha frente se coloca,
Mas, de outra visão..., também desfrutas.
Ó Emoção:
- Por que teimas em ser Vencedora,
Quando a Razão não pode ser Derrotada?
Porque sou instinto, e instinto não morre,
A razão pode ser perdida, não a emoção.
Se tu ego, me falas,
E por ti me informo,
Se tu consciência, te manténs aberta,
E por tua causa, mutante sou,
Se tu olhos, enxergas,
E doutra visão adquiro conhecimento,
Se tu emoção, és comigo congênita,
E tu razão, és comigo vivente,
Sou um Ser em perfeição,
Um humano em evolução.
Mas nada disso me afeta,
Sou feliz..., por ser Poeta.
Creio então, continuar esta vida,
Da maneira que vivo até agora,
Consciente, interajo com meu ego,
Faço dele meu parceiro fiel.
Se, inconsciente separo-me do eu,
Com inteligência formada,
Deixo-me levar sem esforço,
Sentindo a verdade buscada.
Faço-me, pois, de forma presente,
Dualizo e dialogo com o ego,
Permitindo-me ouvi-lo,
Para poder ouvido ser.
Tirando de meus olhos,
A venda não existente,
Enxergo à clareza de sonho,
O que a mente já conhece.
E se consigo tais intentos,
Liberta à emoção,
E livre..., a razão,
Vivo com integralidade.
Mostro ao que vim,
Faço o que me propus,
Atinjo meus objetivos,
Item-a-item, como expus.
Vivo com amor e em Paz,
Sem guerras e sem rivais.
E incentivo com o exemplo,
Que o mesmo, façam os iguais.
Mas nada disso me afeta,
Sou feliz..., por ser Poeta.
Ao pensar em meus iguais,
Sei, não estou sozinho,
E o diálogo monológico,
Não mais mono e menos lógico,
Antes, de singular solilóquio,
Se estabelece em plural..., partícipes.
E assim, percebo que a evolução,
Faz parte de todo o Ser,
De Darwiniana nada tem,
Ela sim é impar, em fato e ação,
Cresce sempre a cada novo viver,
E o Humano das espécies, é o bem.
Mas nada disso me afeta,
Sou feliz..., por ser Poeta.
É..., acho que estou desperto,
Minha emoção está viva,
A razão..., sendo moldada,
Capto imagens atemporais,
Que olhos comuns não vêem,
Vivo de uma maneira informal,
Transmito em poesia,
A informação que me chega.
Dela..., o verso, faço em fruto,
Não me preocupo em ser ouvido,
Se, de boas palavras desfruto,
Delas não me sou comedido.
Mas..., por estar desperto,
Olho à volta, no dia-a-dia,
Noto a platéia vazia,
O "Diálogo" acaba,
O "dia" "logo" acaba,
Sinto que estou só,
A poesia..., solo de um louco,
A poesia..., diálogo em solilóquio.
Mas nada disso me afeta,
Sou feliz..., por ser Poeta.
Olinto Simões
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