sou uma coluna crematória.
queimo teu nome,
aquática.
hidra.
sou o desaguadouro desta espiral de mortos que te antecede.
redemoinho. digo que no alto de meu pensamento há uma hóstia: a lâmina de teu
minicrânio lunar, liso,
de teus antivocalises de mármore.
*
sou uma hidra de nove línguas, e embaixo de cada uma dessas
línguas estão as miniluas-palavras que tu não sabes dizer. os nomes de teus
mortos,
intactos.
teus antepassados.
*
é um fluir de espelhos que se ilumina e se turva
na minha saliva.
nas bocas das centenas de mortos
que beijo
através da tua boca.
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