Era uma vez uma cigana chamada Karla que apaixonou-se por um
gadjo, ou seja, um homem não cigano, e engravidou. Então como o seu clã era
muito rígido, ela fez tudo para esconder a sua gestação usando roupas largas.
Quando esta moça estava de nove meses, sua caravana decidiu
acampar perto de uma praia. Naquele mesmo dia, Karla foi passear na orla
deserta, sentiu contrações muito fortes e teve sua filha lá mesmo. Porém como a
jovem não queria ser mãe, jogou o bebê ao mar.
Perto daquele local Dona Virgínia, uma costureira que era
esposa de um pescador, estava fazendo a seguinte oração:
- Minha deusa das águas, eu sei que não posso ter filhos.
- Mas, por favor, me dê um bebê.
Naquele mesmo instante uma onda trouxe a criança abandonada
por Karla, que ainda estava viva. Deste jeito, Virgínia gritou:
- Milagre!
- Obrigada, Rainha do Mar!
Desta maneira Virgínia e Osvaldo, seu marido, batizaram a
menina de Maria da Conceição.
A garota cresceu em beleza e seus maiores passatempos eram:
costurar na máquina de sua mãe e brincar na beira do mar, por isto a menina
ganhou o apelido de Mariazinha da Praia. Inclusive ela costurava lindas saias
rodadas ciganas, com as quais costumava dançar na beira do mar.
No dia de seu aniversário de oito anos, esta garota resolveu
catar conchas na praia deserta. Mas, um homem pulou em cima de Mariazinha,
abusou da pequena e matou a pobre através de estrangulamento. Este crime chocou
toda a aldeia.
Porém, a partir daquele dia, o espírito desta criança passou
a proteger todos os menores que freqüentam a praia e ela virou uma entidade
importante.
Luciana do Rocio Mallon
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