sábado, 11 de julho de 2009

Existe um Lugar que não Existe (Landscapes and Touchscapes )

Monday, November 20, 2006
Existe um lugar que não existe (Landscapes and Touchscapes)


Em algum lugar existe um rio que se chama “Amola Facas” (lá só chove);

Existe um lugar para se cortar o cabelo, fazer a barba, lamentar a perda das canchas de bocha por culpa do prefeito novo, e elogiar o prefeito antigo que passou anti-pó por cima dos paralepípedos;

Um outro para tomar café e saber de gente que sai de Joinville para tentar a vida em Lages;

Um bar com duas televisões (que funcionam sempre em canais diferentes), uma mesa de sinuca e três de baralho;

Uma igreja com uma praça;

Uma praça com um monumento modernista em homenagem a Getúlio Vargas;

Uma cidadezinha com pessoas simpáticas e histórias de unhas dentro do pão daquela padaria que é mais completa que as outras;

Um lugar onde há um médico e uma enfermeira, que são na verdade um velho amigo e uma menina super bacana com um sotaque que é um charme (faço gosto);





Existe a memória de uma outra pessoa.


Um lugar entre os paralelepípedos por baixo do anti-pó;

Pezinhos de criança e sapatos vermelhos;

Amores e desamores de adolescência;

Um carvalho morto;

Um bosque de auracária que não existe mais;




Um verde estranho;

Um vermelho que é meio rosa, meio telha, meio salmão, meio desbotado por natureza;

E o azul feio adorável;




Esse lugar um dia teve cheiro, toque e cansaço bom de viagem a dois;

Um lugar de Café forte;

De chuva fina e chocolate;

João Castelo Branco

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