Mário Bortolotto
Eu sempre bebi muito. Não me gabo disso, nem acho que é o
melhor jeito de conduzir a vida, mas é assim que é. Quando tenho amigos pra me
acompanhar, costumo beber ouvindo histórias, interferindo com minhas bobagens
ou rindo de velhas piadas. E quando estou sozinho, bebo da mesma maneira.
Lembro de uma noite que fui pro "Amistosas" e fiquei encostado no
balcão bebendo tranquilo. No "Bar das Amistosas" há três músicos bons
pra caralho. Caras da noite que conhecem todas as manhas. Então nessa noite,
peguei uma dose de whisky e fiquei simplesmente vendo e ouvindo um deles. Que
sensibilidade. Que delicadeza e destreza. Não há como descrever. Emendava um
"Se todos fossem iguais a você" com "Wave". E tudo na mó
elegância. Fiquei admirando embasbacado. Há anjos por todo o lado. Claro que
há. Alguns deles deixam trilhas de fumaça por onde passam. Outros só querem
estar por ali. Saquei isso naquela noite. Meu mais profundo respeito e
admiração por todos eles. O resto? São pessoas se comportando mal num mundo que
não é o suficiente pra eles.
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