sábado, 20 de julho de 2013

Tudo que eu dissesse fosse largo como o mar…



Tudo um cogitar dentro do sonho.
Silenciada pela noite, miro o teu canto que me diz.
O teu nome, o teu nome eu não digo.


Debaixo de uma trança é que eu me visto.
Me azucrinas com teu cabelo de égua.
Eu te infinito tortuosa, beirando umbrais.

Abre-se em mim a ópera, uns cantos da viração.
O véu do teu rosto desvelando o meu.
Insanos como uma floresta.

De tudo que me arde caberia na canção:
Orbitar, cor de sangue, a palavra cheia de vertentes.
Não sendo nuvem, levitar no faz de conta da ocasião.

Teus olhos imaginando minha boca…

No mais, ser árdua. Os meus modos viventes,
Sorridos, lacrimosos, cotejando sensações
Do frio e do quente, fruindo
A arrastada música dos ventres.

Áspera tecitura: alinhavar os delírios…

Roberta Tostes Daniel


(2010)

Nenhum comentário: