domingo, 14 de julho de 2013

Resolvi vestir-me...



Quero em realidade me assumir cedo.
Não quero em meu corpo marcas de arremedo
ou quaisquer sinais de medo,
que possam advir de absconsos segredos.

Sei bem...
A mecânica da vida é assim mesmo.
Os mais fortes
- sob a visão de alguns incautos -
ganham mais espaço.
E nem adianta queda-de-braço.
Nem adianta fugir do que a ferro e fogo
se fez.
Quem hoje apanha de novo,
inda é o detentor da velha tez.

Bem sei que minhas poesias rolarão,
far-se-ão,
mas as vozes calar-se-ão,
pois que existe um poder muito maior que o poetar,
que é a lingua solta.
A que finge.
A que se destina revolta, a profundamente cortar.

Não temo destinos cruzados.
Tampouco tremo com o que se faz afixado,
pelas paredes do mau caratismo.
Eis agora o meu batismo.
Eis-me agora,
da maneira que a felicidade se aflora,
revigorante, cintilante e só.

Hoje canto, danço, e sem ranços,
apenas de forma calada,
coloco-me no limite de meus quereres.
Decidi viver dos meus prazeres.
Dos meus dizeres.
Resolvi vestir-me...


josemir(aolongo...)

Nenhum comentário: