Não foi sobre a nuvem
que o anjo apareceu, nu
seu busto, jasmim e maçã
curvado sobre a máquina
e a tinta da noite
tingia seus dedos
Dentro dos olhos uma borboleta
Rio de luar desciam os cabelos
Desde a aparição, que temo
e procuro
perdi-me da terra, anseio
nebuloso acorre-me
a cada instante, vivo
de pressentimentos
Porém longe do espaço
o anjo tem o céu na terra
e me sorri calado
entre sonho e carne
entre a tinta e o ferro
Glauco Flores de Sá Brito
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