quinta-feira, 26 de novembro de 2015


Falar sobre arte é uma coisinha complicada; por mais que você estude e aprenda a argumentar - arte tem a ver, justamente, com o antiargumento - se você for ler bachelard, verá que beira o alan kardec - porque no íntimo lugar do sagrado, é onde a arte habita. não estou falando de trabalhos acadêmicos, isso é relativamente fácil - sobretudo na minha área (ou não área) que é a literatura (nesse campinho, o benedito nunes defendeu um futebol impecável, só pra citar um grande mestre); falo da vida - donde se raciocina a arte, mas não se a racionaliza (como me ensinou, outro grande mestre, paulo venturelli). e fazer a ponte entre hendrix e van gogh, meu velho, é foda. cá perdido entre meus labirintos epistemológicos, fico pensando que a escola foi uma grande vilã, nessa história toda - todo bom professor (para ser competente) carrega um lastro de mediocridade - os meus foram pífios (exceto na universidade, o que me lembra que se eu ensinasse gramática gerativa pra guris do ensino médio, seria mais legal para a análise da sintaxe), e as palavras de leminski ganham um sentido maior: artista é o sapato torto, e com tal sofreguidão me levanto retilíneo, para fazer alguma coisa direita nesta minha vida.

William Teca

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