sexta-feira, 20 de novembro de 2015

VIDA DE POETA



Até onde vou, todo mundo sabe,
vou ver se ainda estou na esquina
antes que essa poesia louca acabe
e eu já não saiba a que ela se destina.

O coração no peito rufa, bate,
escoiceia e vai ao encontro da rima,
como um cão que para a própria cauda late,
e dá voltas, e, em círculos, gira.

Talvez esse lirismo que me invade
e me leva a escrever linha após linha
seja só ego e cúmulo da vaidade.

Pode ser também apenas a idade,
lindezas que o tempo na gente inspira
depois de tanta espera na fila!


antonio thadeu wojciechowski

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