Reza a lenda que na época de Luís XV, na França, existia uma
alcoviteira idosa chamada Rose Marie, que era a responsável por tarefas como:
organizar eventos, sortear brindes e arrumar cortesãs para os nobres. Além
disto, esta anciã era uma excelente poetisa e quando um nobre queria um poema
para a amada, logo pedia para Rose Marie escrever alguns versos. O rei Luís XV
sempre utilizava os serviços desta serviçal, apesar de não lhe dar o devido
valor.
Um certo dia, Rose Marie pegou pneumonia e escreveu um poema
pedindo para que Luís XV viesse visita-la. Mas ele não deu bola. Mesmo assim, a
velhinha morreu.
Naquele mesmo ano, o castelo estava em crise e o rei logo
pensou:
- Como farei para dar presentes, de Natal, a todos?
Naquela mesma noite, o espírito de Rose Marie apareceu num
sonho e disse-lhe:
- Tenho a solução para seu problema. Sou descendente dos
povos nórdicos e, antigamente, eles possuíam a tradição de presentear uns aos
outros numa festa de culto aos deuses. Por isto, tive a ideia de fazer um jogo
semelhante a este. Então, escreverei em pequenos papéis os nomes de cada pessoa
que você gostaria de presentear e a sua pessoa deve propor que cada criatura
destas pegue um bilhetinho destes. Desta maneira o nome que estiver nele será o
da criatura que este ser deverá presentear e, assim, sucessivamente. Mas para
esta brincadeira dar certo, existe uma condição: ninguém deverá confessar o
nome sorteado até o dia da revelação. Pois a pessoa que quebrar esta regra não
será feliz no ano novo. Deste jeito o jogo se chamará amigo secreto. Porém,
para esta brincadeira não ficar tão séria, será possível trocar
correspondências entre os colegas ocultos, desde que os mesmos não revelem os
nomes reais, através de pseudônimos. Para isto, haverá uma urna discreta no
final do corredor, aberta a todos, onde cartas poderão ser trocadas.
De repente, o fantasma da velhinha sumiu. O rei acordou e na
sua cabeceira encontrou uma caixa de papel com os nomes de seus conhecidos, em
bilhetinhos, dentro dela.
Assim surgiu a brincadeira chamada Amigo Secreto e se
espalhou em todas as cortes da Europa.
Na crise de 1929, este jogo chegou à América do Norte,
quando um dono de empresa, descendente de franceses, ficou triste por não poder
presentear todos seus funcionários no Natal. Mas, alguns dias antes, da tão
esperada data comemorativa, lembrou-se desta lenda sobre Luís XV e resolveu
fazer o jogo do Amigo Secreto entre os empregados da sua firma. Deste jeito, o
jogo espalhou-se em todos os países da América.
Luciana do Rocio Mallon
Nenhum comentário:
Postar um comentário