Há átimos de tempo vivido por mim,
Nos quais não sei ao certo quem sou,
Sou inteiro em alguns momentos,
E apenas partes em outros instantes.
Em lentas caminhadas evolutivas,
Vejo-me sob uma constante luz clara,
E nas rápidas fugas mundanas,
Perco-me na escura sombra projetada.
Quando estou na minha integridade,
Sei-me suficiente para não vacilar,
E se me fraciono de alguma maneira,
Sinto-me fraco por pensar-me bipolar.
Há aqueles pensamentos que passam,
E em fugacidade deixam registros,
Há presenças que perene se mantém,
E melhor seria se não deixassem marcas.
No agora fugaz que o pensei presente,
Que de pronto se postou perene passado,
Penso, ou pensei, talvez..., pensarei,
No que é, e já foi, ou talvez ainda, será.
Quando não sou tudo..., sou nada,
Mas, é justamente quando me sinto nada,
Que me percebo como tudo que me sei,
Parte integrante do todo desconhecido.
Assim o são..., o Micro e o Macro,
O Universo e dois versos do anverso,
No que é lado, côncavo e convexo,
Na Poesia o verso com quem converso.
Um desses muitos duos plurais,
Em singular sem o outro não existe,
A ilusão teimosa ao sonho seduz,
Mas a vida valorosa, a tudo subsiste.
Concluo..., contudo..., na dúvida fico,
Se sou..., inteiro..., parte..., ou sou meio,
Impar, dual, factível, verossímil ou falho,
Completo, incompleto, vazio ou repleto.
Sei que como 'Ser'..., na senda evoluo,
Que como 'Humano'..., na vida me poluo,
Sei que nada existe, entretanto, tudo acontece,
Como sei que a sombra..., não existe sem luz.
Olinto Simões - 26/11/2014
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