.A poesia me incomoda,
tarde da noite,
tarde do dia,
não interessa!
.É uma vontade de vomitar
um mundo novo,
uma coisa nova
que me azucrina,
.Me persegue na cama,
rasga o colchão,
me rouba as cobertas,
me sequestra o pijama.
.Todo dia me incomoda,
todo dia,
toda hora,
não interessa!
.A poesia me enche o saco
o tempo inteiro,
me rouba os segundos,
os minutos, o relógio inteiro.
.Acaba com minha calma,
desnuda minha alma,
acentua minha raiva
e me apedreja,
.Me vira do avesso,
me desrespeita,
me amedronta,
me sacaneia,
.Ela me adota
e me recebe como anedota,
Às vezes me ama
e às vezes me odeia.
A poesia me completa,
Mas, nunca me satisfaz.
Por isso me vicio
nessa droga que me anestesia,
.Que me trata como puta
E me fode sem dó,
cheira todo o meu pó
e me larga na cama, só.
.Me separa,
Me aliena,
Me escraviza,
Me enterra ainda em vida.
.Faz com que eu seja
Mais um brinquedo,
a poesia que completa,
Mas, nunca satisfaz.
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