Há uma criança carbonizada;
o fogo evaporou a lágrima.
Ela tem não só o sangue guarany;
é negra, polaca, jogada por aí.
Quem verá o vento balançar a macega?
Ou crispar desconexa língua de fogo?
Vulto amontoado,
pequeno;
lentamente
alimentado com veneno,
[serve]
a generais covardes,
inatingíveis
e seus heteromorfos
dirigíveis
Quem verá o vento balançar a macega?
Ou crispar desconexa língua de fogo?
Em estreitas veias da urbe
a banhar-se em chorume,
o cadáver carbonizado
sob cobertor acinzentado.
Era aqui, era lá?
A República do Guairá?
Quem verá o vento balançar a macega?
Ou crispar desconexa língua de fogo?
Ricardo A Pozzo
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