Dona Zuzu, uma cigana de 98 anos de idade, contou –me este
causo e deu autorização para que eu escrevesse uma versão para ser postada na
Internet:
Em 1998, uma caravana de ciganos armou acampamento num
bairro, de periferia, da cidade de São Paulo. Dentre eles estava Ruth, uma
adolescente rebelde que só se vestia de preto e dizia ser gótica, pois não
gostava de sua vida cigana. Ela já tinha tentado escapar do seu povo várias
vezes. Mas seus irmãos sempre deram um jeito de trazer esta garota de volta.
Ruth vivia gritando palavras como:
- Não gosto de acampar a cada mês numa cidade diferente!
- Odeio esta vida!
- Não quero me casar com o homem que foi escolhido pela
minha família!
- Eu só sonho em morar num lugar fixo e freqüentar uma
escola normalmente!
Enquanto as outras ciganas faziam artesanatos coloridos,
Ruth confeccionava morcegos de brinquedo e xales negros. Esta jovem gostava de
dançar com lenços gigantes e escuros, que combinavam com suas pretas saias
rodadas, nas noites de Lua cheia.
Um certo dia, Ruth teve mais uma de suas inúmeras discussões
com a família e foi até o parque da cidade. Lá sentou-se numa rocha e começou a
chorar. De repente, um homem apareceu, consolou a garota, fez com que ela
contasse sobre sua aflição e prometeu que se ela fizesse fotos ecológicas,
dentro da mata fechada daquela floresta, ela poderia virar uma modelo famosa e
deixar aquela vida cigana de vez. Assim Ruth subiu na moto do rapaz. Mas, ao
chegar à floresta, o homem atacou, matou a pobre e a enterrou debaixo de uma
macieira.
Quando chegou à noite, os ciganos deram falta de Ruth e
procuraram a adolescente em todos os lugares. Porém não acharam a pobre.
Em 1999, surgiram relatos de pessoas que viram o fantasma de
uma cigana gótica perambulando pelo parque. Deste jeito, leremos alguns causos,
sobre isto, abaixo:
Célia era uma garota de cinco anos de idade, que estava
brincando de esconde-esconde com os seus irmãos no parque. De repente ela foi
para o fundo da floresta, notou que estava perdida e começou a chorar. Como um
raio, apareceu uma cigana gótica que disse-lhe:
- Eu sei que você se perdeu dos seus irmãos. Por isto pegue
na minha mão e eu guiarei sua pessoa até eles.
Deste jeito Célia chegou até os seus familiares. Porém,
quando olhou para trás, viu que a cigana se evaporou.
Uma vez, perto do parque da cidade, uma menina estava sendo
perseguida por um homem em uma moto. Quando, de repente, a cigana gótica
apareceu na frente do rapaz e fez com que este bandido caísse, com seu veículo,
no chão. Desta maneira Ruth aproximou-se e comentou:
- Nunca mais persiga nenhuma mulher. Pois da próxima vez
você poderá se dar muito mal. Afinal, eu também fui morta por um motoboy.
Após falar estas palavras, a moça desapareceu na frente do
marginal.
Até hoje muitas pessoas afirmam ver uma cigana gótica que
costuma dançar com um xale negro de crochê, na região do parque da cidade, nas
noites de Lua cheia.
Quanto ao louco do parque, do começo da história, ele foi
preso em 1998 e afirmou, em entrevistas para a mídia, ter matado mais de quinze
mulheres naquele mesmo local. Porém apenas seis assassinatos foram comprovados.
Hoje ele está preso e diz ter se convertido à religião evangélica.
Luciana do Rocio Mallon
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