domingo, 15 de fevereiro de 2015

O vestido


Ela saía sempre no raiar do sol
Suas pestanas queimavam de alegria
Entre flores mortas e absurdas
Deixara pra trás o seu único vestido
Roto amassado em cima da mesa
O vestido escrevera mais histórias desbotadas que a canção de um poeta sem lágrima
No dia em que anunciaram uma tempestade
Sumira
Vestígios foram encontrados no rastro de suas rosas
Aquelas ali, embotadas num pano carmesim
que deixei expostas no meio da sala


Por Wagner Bezerra Pontes

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