Reza a lenda que na Idade Antiga, num certo reino localizado
na Ásia, havia uma aldeia onde os deuses tinham formas de animais e o cão era o
deus principal. Lá, os cachorros de estimação tinham um cemitério exclusivo
para eles e os seus donos levavam rosas, todos os anos, nestes túmulos.
Um certo dia, subiu ao trono uma rainha que desejava acabar
com o politeísmo e fazer com que o povo adorasse um só deus que não tivesse
forma de bicho. Então ela destruiu o cemitério de cães e proibiu que seus donos
levassem rosas lá. Por isto baniu a plantação desta flor no reino. Assim os
guardas da corte levaram os restos dos animais, que estavam enterrados no
campo-santo, até um deserto. Mas um dos soldados espalhou para o povo onde os
bichos foram colocados.
Quando os donos chegaram ao local, notaram que o deserto não
existia mais e que um jardim cheio flores, jamais vistas, tinha tomado conta
daquele lugar.
De repente surgiu um anjo, no meio do jardim, que disse:
- Eu sou o querubim guardião dos cães de estimação, posso
garantir que todos eles estão no céu e que esta flor foi feita, pela natureza,
especialmente para homenagear estes animais. O nome dela é rosa canina e ela
tem poderes mágicos. Deste jeito o dono de um cão que morreu, quando sentir
vontade de escutar o latido do bicho que desencarnou, basta encostar o ouvido
nesta flor que ouvirá o tão desejado som.
Desta maneira surgiu a rosa canina, uma flor medicinal capaz
de curar resfriados e problemas de pele.
Alguns espanhóis quando visitaram a Ásia deram de cara com
este jardim e pegaram as mudas desta planta. Anos mais tarde, eles trouxeram a
rosa canina para o Chile e hoje ela cresce na encosta dos Andes.
Alguns místicos aconselham as pessoas que tiveram um
cachorro de estimação, que morreu, a cultivarem este tipo de flor. Pois,
segundo o esoterismo, se elas colocarem seus ouvidos nela poderão escutar o
latido dos seus bichos que já partiram. Segundo certos magos a flor canina
representa a ligação do céu dos cães com a Terra.
Luciana do Rocio Mallon
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