conheci uma garota que não é da cidade e muda de cor e
produz minúsculas chamas saídas pelos poros quando faz amor. ela me disse que
todas as mulheres lá de onde ela vem são assim. já encarei como algo
problemático em mim isso de ter uma índole científico investigativa. digo, de
querer mesmo tirar a prova dos nove de tudo que existe (e até do que não).
nesse caso é diferente, porque até que estou curtindo a idéia bem mais do que
sempre curti as minhas, digamos, obrigações de cientista. veja bem, precisarei
ir a fundo pra confirmar se isso é um fenômeno isolado ou algo da biologia
daquela região do país, tão distante daqui. infelizmente, durante o tempo da
pesquisa ficarei incomunicável. quero dizer, não poderei sequer enviar
notícias, abrir e-mails, facebook, tuiter, nada. peço desde já que os
familiares e amigos não se preocupem e sejam fortes. sei que a saudade vai
apertar, mas também, diz a verdade aí, minha ausência não será nenhum fim de
mundo e, tampouco, definitiva, espero (tô brincando). perdoem a pressa, mas,
bem, até a volta. desejem-me boa sorte. se bem que, acredito, não vou precisar.
é, não me desejem nada. ter conhecido uma garota como essa já faz de mim,
parece-me, um afortunado. então é isso. obrigado por tudo (mesmo). fiquem bem.
e até um dia.
ps. por gentileza, tentem manter os invejosos desinformados
da boa nova
Luiz Felipe Leprevost
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