Ao vê-la naqueles trajes, não resistiu:
— Venha, estamos a sós, senta aqui do meu lado.
— Não, por favor! Me respeite, sou uma freira.
— Eu sei, por isso que eu te quero, continua sendo uma
mulher.
— Respeite meu hábito!
— Respeite você o meu e o seu desejo.
— Sou noiva de Cristo.
— Seja noiva dele, não me importo desde que seja minha
amante. Vem...?
— Não posso, entreguei minha alma a Deus.
— Ótimo, Não quero sua alma, ele fica com ela e eu com seu
corpo.
— Não! Por favor, não chegue perto.
— Sim! Deixa eu te mostrar os prazeres da carne.
— Não fale assim, parece coisa de Satanás!.
— Não vamos colocar Deus nem o diabo na nossa transa, ficara
broxante. Isso é coisa de homem e de mulher.
— Não chegue mais perto, não... Não, não vou resistir! Aqui
é um lugar sagrado...
— Hum... Todos os lugares onde se pode fazer amor são
sagrados.
— Que está fazendo seu louco? Está rasgando meu hábito com
seus dentes, assim eu não...
— Sim, sim...
— Ai! Não, sim... sim.
Meia hora depois, ela diz:
— E agora, como vai ficar, o que vamos fazer?
— Não esquente, relaxa... Foi bom?
— Hum!... Demais! Mas, como vou fazer pra devolver hábito
para loja de fantasias? Você arrancou todos os botões.
— Amanhã veremos. E o Junior, amor, já melhorou da tosse?
JDamasio / A compota de Pimenta e outros Contos
"puramente" Picantes 2009
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