sábado, 20 de junho de 2015

Sangue

Sangue
no pano da cena
Uma navalha risca
a arena
Homens castigam a terra
que os castiga
em omissão de águas
Cactos suspiram mortos
em paisagem assada ao sol
de Granada
Aqui jaz poeta e personagens
Três atos
sete quadros
vinte e uma covas em matemática andaluz
Depois, retirou
sutilmente a pele de todos
antes de os enterrar
Ele os pariu
orientou-os em tragédia
portanto pode assassiná-los
Espanha anunciada
no suicídio vermelho

de Lorca

 poema da Cristina Ohana

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