“Só se ama uma mulher
quando lhe tememos a pele e o cheiro”, Leio o pensamento de Antonio Maria,
querendo lembrar-me do tempo – dos dias desprovidos de razão ou sentido para
temê-la assim, quando nossos corpos e cheiros eram órbitas difusas, intocadas e
de improvável e quase absurda condição de proximidade – e lembro ou concluo,
não sei bem, senti o cheiro dela, o desespero, a sofreguidão, a morte do que eu
fui antes, no exato momento em que nossos olhos se tocaram.
Julio Almada
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