domingo, 21 de junho de 2015

Luiz Felipe Leprevost


tem o momento em que ela para de falar, e aí eu paro de falar. então fica mexendo a colher na xícara vazia, e eu desenhando abstrações no guardanapo. de repente ela diz algo como "entre filósofos e amestradores de baratas de comercial de inseticida, fico com a segunda opção". é isso, tem esse jeito alegre da gente ser triste. tem o compromisso de querer que doa. tem todos esses papeizinhos amarelos da Redcard esquecidos na carteira. e as 208 caronas que ela tá me devendo. os pedaços da torta que comemos dividindo a colher. e ela sempre dizendo coisas do tipo "repara como as moscas esfregam as mãos antes de chupar o doce"

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