Quando eu era criança, minha mãe me aconselhava a ficar
longe de homens, com carros, que poderiam ficar perto da escola. Assim ela me
contou que, durante os anos cinquenta, quando fazia o primário, precisava andar
algumas quadras para chegar até sua casa. Uma vez, minha mãe estava fazendo o
trajeto com suas colegas. Quando, de repente, um homem parou o carro ao lado
delas e mostrou os órgãos genitais. Deste jeito, elas saíram correndo. Mas o
maníaco não parou por aí e passou a perseguir várias meninas daquela escola
durante um bom tempo.
Desta maneira, passei a ficar atenta toda a vez que saia do
colégio e a história permaneceu gravada em minha memória.
O tempo passou e, em 2015, a organização pelos direitos das
mulheres, chamado Think Olga, depois do episódio envolvendo comentários
maldosos de cunho sexual sobre a menina Valentina que participou de um programa
de TV, resolveu lançar uma campanha chamada Meu Primeiro Assédio, onde mulheres
postaram sobre este assunto. Ao ler os relatos, achei várias histórias
parecidas com a da minha mãe, porém que aconteceram com meninas diferentes, em
locais diferentes e datas diferentes. Nestes causos também os tarados ficavam
nas ruas próximas às escolas, com seus carros, e abordavam as estudantes com a
intenção de mostrar as partes íntimas.
Por isto, é importante que a mãe ou alguma mulher adulta
consiga levar e trazer as crianças para a escola com o objetivo de garantir
segurança. Quando isto não for possível é necessário aconselhar as meninas a
andarem em grupos e em ruas bem movimentadas.
O ideal seria que um ser humano respeitasse o outro. Porém
como esta evolução ainda não aconteceu, os diálogos sobre assédio e segurança
precisam ser mantidos em casa.
Luciana do Rocio Mallon
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