sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Choveu a noite inteira como nunca
E eu me senti feliz. Gosto da chuva,
Intermitente, oblíqua, a tudo junta
E alimenta o alface, o lírio e a uva.

Também os mortos levam uma ducha
E matam a imortal sede, que é muita,
Mesmo no frio da última espelunca.
Ainda bem, toda flor algum dia murcha...

E o que foi esplendor, beleza e luz,
Rapidamente some e se soma ao húmus,
Que vai alimentar milhões de bocas.

Agora não são poucas essas gotas
e caem como dádivas da vida,
Com toda emoção da missão cumprida!
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Antonio Thadeu Wojciechowski

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