Na Idade Média existia uma cigana chamada Guili que gostava
muito de música. Já aos quatro anos de idade tocava instrumentos musicais como
rabeca, flauta e balalaika, pois tinha facilidade para tirar canções de ouvido
e ajudar em consertos de instrumentos musicais.
Por isto Guili cresceu tocando músicas.
Um certo dia, sua caravana acampou em frente a uma estrada
de terras celtas. Então a garota estava tocando seu pandeiro na beira deste
caminho, quando de repente, escutou um barulho de uma carroça com gaita de fole
à esquerda e um som de rabeca junto com cascas de cavalo à direita. Assim
concluiu que pessoas estavam tocando estes instrumentos em direções opostas.
Então, como um raio, as duas carroças se
chocaram em frente à menina. Através deste acidente, os dois instrumentos
caíram no chão: a rabeca e a gaita de fole. Desta maneira, os dois carroceiros
começaram a brigar:
- Minha gaita de fole quebrou por culpa sua!
- Minha rabeca está estragada e você terá que pagar.
Logo a cigana tentou intervir:
- Por favor, não briguem.
Mas os homens não deram bola.
Desta maneira ela pegou os instrumentos estragados, juntou
os dois numa nuvem que saiu de suas mãos e desta junção surgiu um novo
instrumento. Os brigões ficaram espantados com a magia que aconteceu. Assim a
menina explicou:
- Este é um novo instrumento que criei misturando a rabeca
com a gaita de fole, nele as cordas são tocadas pela movimentação de uma roda
ligada a um eixo instalado no corpo do instrumento. Deste jeito quando a roda é
colocada em movimento através de uma manivela próxima à caixa de ressonância, as cordas são tocadas por um
conjunto de teclas montadas num teclado sobre o corpo do instrumento. Já, na
outra extremidade do corpo, oposta à manivela, fica o cravelhal para seis
cordas que passam, três a três, pelos dois lados do teclado. O nome, deste novo
instrumento, é viela de roda.
Naquele mesmo instante Guili tocou a viela de roda e o som
foi tão lindo que os dois rapazes pararam de brigar. Depois a cigana fez duas
vielas iguais e ofereceu a estas duas pessoas para que elas não ficassem no
prejuízo.
Luciana do Rocio Mallon
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