sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Lenda da Cigana da Viela de Roda


Na Idade Média existia uma cigana chamada Guili que gostava muito de música. Já aos quatro anos de idade tocava instrumentos musicais como rabeca, flauta e balalaika, pois tinha facilidade para tirar canções de ouvido e ajudar em consertos de instrumentos musicais.
Por isto Guili cresceu tocando músicas.
Um certo dia, sua caravana acampou em frente a uma estrada de terras celtas. Então a garota estava tocando seu pandeiro na beira deste caminho, quando de repente, escutou um barulho de uma carroça com gaita de fole à esquerda e um som de rabeca junto com cascas de cavalo à direita. Assim concluiu que pessoas estavam tocando estes instrumentos em direções opostas. Então, como um raio,  as duas carroças se chocaram em frente à menina. Através deste acidente, os dois instrumentos caíram no chão: a rabeca e a gaita de fole. Desta maneira, os dois carroceiros começaram a brigar:
- Minha gaita de fole quebrou por culpa sua!
- Minha rabeca está estragada e você terá que pagar.
Logo a cigana tentou intervir:
- Por favor, não briguem.
Mas os homens não deram bola.
Desta maneira ela pegou os instrumentos estragados, juntou os dois numa nuvem que saiu de suas mãos e desta junção surgiu um novo instrumento. Os brigões ficaram espantados com a magia que aconteceu. Assim a menina explicou:
- Este é um novo instrumento que criei misturando a rabeca com a gaita de fole, nele as cordas são tocadas pela movimentação de uma roda ligada a um eixo instalado no corpo do instrumento. Deste jeito quando a roda é colocada em movimento através de uma manivela próxima à caixa  de ressonância, as cordas são tocadas por um conjunto de teclas montadas num teclado sobre o corpo do instrumento. Já, na outra extremidade do corpo, oposta à manivela, fica o cravelhal para seis cordas que passam, três a três, pelos dois lados do teclado. O nome, deste novo instrumento, é viela de roda.
Naquele mesmo instante Guili tocou a viela de roda e o som foi tão lindo que os dois rapazes pararam de brigar. Depois a cigana fez duas vielas iguais e ofereceu a estas duas pessoas para que elas não ficassem no prejuízo.

Luciana do Rocio Mallon

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