Ser poeta não é destino, é escolha. Ser poeta não é escolha,
é destino. É um destino que é escolha. É uma escolha que é destino. Ser poeta é
hesitar entre o destino e a escolha. É escolher a brecha entre a vocação e a
determinação. Determino o meu destino: sou poeta. Escolho o vórtice (não o
vértice) entre a palavra escolhida e a palavra encontrada: a palavra perdida.
Ser poeta é bailar no vazio, fazendo do silêncio seu refrão. Ser poeta é tomar
o pulso das palavras. Cortar o pulso das palavras. Ser poeta é sangrar nas
palavras. Até que elas componham um novo silêncio. Ser poeta é destino. E
escolha. Escolho doravante o meu destino e me ilumino todo nesta noite.
Otto
Leopoldo Winck
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