segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Todo dia eu morro um pouco.


Fica sempre um pouco de mim nas bordas do copo em que bebo.
Junto com a água do ralo, vai um pouco do que fui.
O vento que sopra, sopra um pouco do que já não sou.
Teu corpo guarda um resto do que não mais serei.
Assim, de pouco em pouco, vou me perdendo,
desfazendo-me, desmanchando-me.
Todo dia eu morro um pouco.
Mas tem dias que morro mais, muito mais.
Como hoje
-- nesse Dia dos Mortos.



Otto Leopoldo Winck

Nenhum comentário: