quarta-feira, 18 de novembro de 2015

William Teca


quando eu era criança, tive uma professora que vivia chamando minha mãe na escola (a boa e velha escola estadual dr xavier da silva) para saber de nossos hábitos alimentares; segundo ela, eu era pálido demais e pequeno demais, por conta disso, durante boa parte da minha infância, fui entupido de complementos alimentares, complexos vitamínicos e muito fígado, além de ser obrigado a me dedicar às mais variadas atividades esportivas (mesmo com um nível de habilidade sofrível - exceto no futebol de botão). mas, no fundo, a minha grande paixão e fissura era a biblioteca pública - comecei a frequentá-la com meu pai, em tempos imemoriais. isso tornou minha reputação na escola ainda pior (eu era cdf e esculhambado pelos temidos repetentes) - de certa maneira, isso contribuiu para desenvolver em mim um certo desdém pela escola, me tornei um sujeito com uma clara dificuldade para o trato social - sempre tive raros amigos. arrumando cá os meus livrinhos, me veio uma enxurrada de recordações, não das pessoas que passaram pela minha vida - não me lembro de quase nenhuma - mas, dos livros que li. a professora já deve ter morrido, a escola foi sucateada, abandonei de vez a prática esportiva, contudo os livros permaneceram, ao invés de "sadol" eu bebo vinho e, devo dizer que, não sei se pela recorrência do hábito infantil, adoro fígado.

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