Como desejar votos de Ano Novo sem cair na pieguice e no
lugar-comum? Então vai assim: olha, cara, te desejo um 2016 que seja como o
avesso do verso e o verso da prosa. Sem flores de plástico, sem moldes, sem
máscaras. Eu sei que não vai ser fácil. Viver não é para os delicados. Ainda
mais agora que os fascistas saíram do armário embutido. E quando a barra
estiver pesando, quando tudo parecer perdido, nada como um poema, um conhaque
ou uma lua numa madrugada tardia. Nada garante que o o próximo ano vá ser
melhor. Ou pior. Nada garente nada. Nesta vida, você sabe, não temos garantias.
E o seguro morreu de velho. Então, se der vontade de pular fora da ponte e da
vida, pense: calma, cara, o seu karma não vai melhorar nada assim. O jeito é
rir um pouco e chorar: algumas lágrimas bastam pra consolar. O resto é vida. E
a vida, esta bandida, ainda pode reservar momentos supimpas (eu ia escrever
'sublime' mas aí ia ser clichê demais). Que é um ano a mais senão um ano a
menos? Daqui a dois mil anos (talvez 200, talvez 20, talvez menos) ninguém vai
se lembrar de você. Então, menos recalque e mais amor. (Tá vendo? Não tem como
escapar do lugar-comum). Feliz 2016 pra todas e todos e bora pra frente que
atrás vem gente.
Otto Leopoldo Winck
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