quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Amanheci com toda a intenção de ser trilho de trem - linear, organizada, dando conta de cada minuto programado - Súbito, meu dia pegou delírio e me desgovernei como folha de árvore no meio do vendaval. Meu poeta Manoel de Barros morreu sem eu ter consciência de sua mortalidade. Precisarei de mil bocas de bárbaros para encostar meus ouvidos e sentir o rumor de sua poesia, como se concha acústica fosse. Alinho, organizo e dou conta de cada um dos seus livros, na minha biblioteca. Atividades prosaicas e prazos finais para entrega de originais, que esperem...Hoje o poeta dedilha o sotaque do além e nós mortais integramos um entresonhado coral.

Glória Kirinus.

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