Hoje todos os caminhos estão desertos
porque já não podes andá-los.
Não há mais luar e o sol é amargo,
pois me fugiu para sempre o teu vulto.
Agora, a água do poço é salobra
e de cardos se vestiu o antigo jardim.
Na compoteira trincada da varanda
nem um sinal dos teus cuidados.
Sou um homem alquebrado
e já sem orgulho.
Mas peço ao Senhor
que estenda indefinidamente os meus dias sobre a terra
só para sofrer tua ausência
– porque, morto, tu morrerias também.
Otto Leopoldo Winck
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