quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Bárbara Lia


Em um tempo em que o mundo vive convulsionado e rude, é preciso que alguma beleza rara, que não brilha mais em parte alguma, nasça... Renasça. Quero crer que algum dia, em algum lugar, homens e mulheres experimentaram o absurdo êxtase da dádiva humana... Ou não? Conexão com infinita paz, alegria de pisar chão molhado, odor de flores selvagens e o Amor. Esta matéria misteriosa, ignorada, confundida... Pensar em uma possível paz em algum lugar, para cobrir Paris em dor, minha cidade de tiroteios rumo a uma galopante aura de insegurança, São Paulo alagada, aviões submersos, a Poesia quase impossível de retirar meio a detritos... tudo traz esta insana vontade de crer em Paraísos, não em paraísos além, mas, aqui, onde reconheço o céu - na grama molhada, na memória abismada de um platônico amor, no olhar da criança mais amada, na paz que há em cada amanhecer...

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