Guilherme Gontijo Flores
Juiz: Qual é a sua profissão?
Brodsky: Escrevo poemas. Faço traduções. Suponho...
J.: Guarde as suposições para o senhor! Porte-se de modo
adequado! Não fique em cima do muro! Olhe para o tribunal! Responda de modo
conveniente a uma corte! (para mim) Para imediatamente de fazer notas, ou
expulsarei a senhora daqui! (Para Brodsky). O senhor tem um trabalho regular?
B.: Eu pensei que se tratasse de um trabalho regular.
J.: Responda a questão!
B.: Escrevo poemas. Pensava que seriam publicados.
Suponho...
J.: Não nos interessam as suas suposições. Responda à
questão: por que o senhor não trabalhava?
B.: Eu trabalhava. Escrevia poemas.
[...]
J.: De modo geral, qual é a sua especialidade?
B.: Eu sou poeta. Poeta-tradutor.
J.: Quem decidiu que o senhor era poeta? Quem o classificou
entre os poetas?
B.: Ninguém. (Sem qualquer desafio) E quem me classificou no
gênero humano?
J.: E o senhor estudou com tal objetivo?
B.: Qual objetivo?
J.: De se tornar poeta. Não tentou fazer os estudos
superiores para se preparar... para aprender...
B.: Eu não pensava que seria possível aprender isso.
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