No betume
do céu
– vaga, vaga, vaga –
luz uma estrela
sozinha.
(Em torno a mim,
na noite alta,
recende
um perfume
de jasmim.)
No negrume
do pasto
– vago, vago, vago –
luz um coleóptero
sozinho.
(Em torno a mim,
no mato alto,
trescala
um forte cheiro
de estrume.)
Assim é a vida,
quiçá a poesia:
um vagalume
que, no breu da terra,
reflete
um vago lume
no negror do céu.
(Tudo isso
em meio ao odor
de estrume
e jasmim.)
Otto Leopoldo Winck
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