mestre
eis o homem!
o incógnito incendiário,
imunizado pelas luzes da cidade
dorme no escuro desde criança
anticlerical, reza o terço dos bosques mais antigos:
sem lua, sem estrela
filho eterno, mutilado de redomas,
projeta-se sem pés
pelos tímpanos de plutarco
nem o bisturi do renascimento ilumina
sua placenta
de lodo receptáculo
(tão profunda que não ousa sair)
colapso, casulo, assim o canto
pirilampo-paramécio
tem cílios e ofensas
de sirenes
fagocitário, desprende-se do fogo que o tenta engolir
percebe? volta a si
mesmo bípede
ateia-se com a sordidez
da sinapse
por isto estou aqui, guerrilheiro
na hierarqui astuta,
fêmea-macho,
em terapia intensiva de retóricas
Dama da Lâmpada, Pulmão de Aço
não me serão precisos
os cuidados especiais
AC
Um comentário:
Pode ser que role determinado iluminismo mais tarde, quando se dissiparem os ocasos da personalidade estética dos comentários urbanos que porventura venham a incrementar tão sublime ode. As nascentes das águas regozijam-se em tal beleza paraibana de cordéis perfilados de balbúrdia das letras. Adorei o poema, quebraria nossos sensíveis galhinhos.
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