sábado, 25 de julho de 2015

A Escriba




A estrela entregou-se ao negrume das nuvens
E sucumbiu ao despenhadeiro da Finitude.
Antes, cuspiu o seu grito de fogo
Sobre o plúmbeo das águas,
Sobre a baía do espaço todo azul.
Enquanto a escrivã das coisas vãs,
Sem contê-las - as estrelas -
Tremia diante do leme sem controle.
E via içarem suas velas acesas
Sobre montanhas de cinzas azuis.
A escriba crivada de falas
Perece do silêncio das Constelações
E da hedionda mudez dos Astros.

Rita Santana

(Alforrias/2012/Editus)

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