Segue a peça movendo a complexa máquina produzindo a mais
valia
Sugando dia a dia até roubar do céu as estrelas sufocadas
pela fumaça
Da ideologia do contentamento escravo do trabalho libertador
Segue a fome , o frio do prato do horizonte vazio
Saltando poças e dormindo ao relento na morada nua da
miséria
Segue a peça produzindo a pança dos suínos dourados
mercadolatras
Refastelando-se na ostentação sob as bênçãos da mais nova
mercadoria
A religião e o fetiche da fé na ostentação do ego da
propriedade.
Segue sobressalente o lastro da vida na angústia de um tempo
que foge
As gerações seguem solitárias na multidão anônima até que os
ossos estalem o aço de seus grilhões.
Na floresta calcificada da miséria sê veem refletidos e param com suas sombras
Encobrindo toda a máquina e esta impotente sucumbe e as
estrelas passam a respirar
A Revolução.
Wilson Roberto Nogueira
1989
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