Não volto às letras, que doem como uma catástrofe. Não
escrevo mais. Não milito mais. Estou no meio da cena, entre quem adoro e quem
me adora. Daqui do meio sinto cara afogueada, mão gelada, ardor dentro do gogó.
A matilha de Londres caça minha maldade pueril, cândida sedução que dá e toma e
então exige respeito, madame javali. Não suporto perfumes. Vasculho com o nariz
o terno dele. Ar de Mia Farrow, translúcida. O horror dos perfumes, dos ciúmes
e do sapato que era gêmea perfeita do ciúme negro brilhando no gogó. As noivas
que preparei, amadas, brancas. Filhas do horror da noite, estalando de novas, tontas
de buquês. Tão triste quando extermina, doce, insone, meu amor.
Ana Cristina Cesar
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