Anos
de 88, 89... Tanto tempo que já nem me recordo. Bola na rua. Costume naquela
saudosa época. Hoje já não tão corriqueiro. Também, como de costume, havia um
perna-de-pau que fazia sempre o favor de
jogar a bola em algum terreno baldio. Essa foi nossa sorte. Encontramos duas
bolas. A nossa. E uma outra, só com o couro. Claro, criança sempre pinta o
sete. Pintamos mais uma vez, então.
Bem
perto dali, atrás de nossas casas, estavam a construir prédios, conjuntos
residenciais. Quase todos os dias, em certas horas, aqueles
“homens-construtores” se encaminhavam pela “Nossa Rua” rumo
a panificadora para saciar suas fomes e sedes.
Pintamos
então.
Aquela
bola encontrada no terreno foi carinhosamente empalhada com pedras. Muitas
pedras. De todas as formas, tamanhos, cores e texturas. Deixamos-a em um local
estratégico. Ficamos a esperar uma cobaia. Melhor, um “homem-construtor”.
Também naquelas certas horas passeavam pela “Nossa Rua” um casalzinho, bem
simpático por sinal. Logo resolvemos. Eram eles. Por falta não iríamos pecar,
talvez por excesso.
Um
prontamente gritou:
-
Chuta aí, tio!!!
Claro.
Óbvio. Evidentemente que não se recusaria. Estava de sandálias “havaianas”, “as
únicas que não soltam as tiras e não tem cheiro”. Lembrou? Então, retirou-as.
Tomou pique. Foi.
Era
moleque correndo para todo lado.
E
o rapaz a gemer:
-
Seus filhos da...!!!!!!!
Saudades
daquela época. Dos bobinhos. Especialmente dos bobões.
Mario Auvim
Curitibano. Estudou no Cefet-PR e se formou em Ciências Sociais pela UFPR. Em maio de 2000 publicou - “O Ser Social”
Curitibano. Estudou no Cefet-PR e se formou em Ciências Sociais pela UFPR. Em maio de 2000 publicou - “O Ser Social”
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