Não sei se vou conseguir reescrever, publicar, incinerar
escritos toscos, separar tudo em um inventário poético, antes que tudo acabe...
encontro, nesta expedição dentro das coisas que escrevi, poemas que mereciam
uma publicação... ainda há tempo... de refazer a geografia poética, a rota, o
mapa de tudo o que sou como mulher e poeta...
Geografia das praias:
semicírculo de areia (pele) e ondas (lágrimas)
Sabe o mar que a vida é triste, e chora
O belo amigo diz que meu olhar indígena tem beleza
Eu digo que minha superfície espanta
Esta aridez de praia antiga, rasgada de ondas
Praia selvagem de sol promíscuo
Praia deserta - sempre sozinha
Rasgo mapas que apontam o caminho até mim
Para que ninguém saiba que eu existo
E, sabendo, não tema o mergulho no profundo
Lá onde vivem as algas raras, cavalos marinhos
Pobre quem pensa que o mar é – areia suja e ondas
Pobre quem vê apenas um azul oco rodeado de argila e sal
Nunca alcançará o êxtase que o infinito esconde
Bárbara Lia - poemas na gaveta
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