sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

antimetafísica - I


quem me dera ter a antimetafísica
dos cães vadios o rito fidefigno e ontológico
de mijar nos postes com olhar esnobe
e sair de banda ganhando no grito
pois este meu dasein anda encharcado
de cervejas baratas e cigarros
enrolados em papel alumínio
camus não dormiria nesta filosofia
por aqui a carne é fraca e o mundo devastado
em minha cabeça às sete da manhã
pede clemência
o pior de tudo é que perdi a inocência
e nestas ignaras veredas ou seja lá o que for
procuro uma rima para o amor
que não seja lua rua nua
e enquanto me encara este copo vazio de existência
peço mais uma
william teca


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